Colégio distribuiu apostilas com questões que caíram no exame nacional. Estudantes poderão fazer nova prova no final de novembro.

O MEC constatou que a escola distribuiu apostilas nas semanas
anteriores ao exame com dez questões iguais e uma similar às que caíram
nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23). Os candidatos do
Christus poderão fazer novamente o
Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame será aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas. As questões do Enem que aparecem nas apostilas não serão canceladas.
Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame será aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas. As questões do Enem que aparecem nas apostilas não serão canceladas.
O MEC, por meio da autarquia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), organizadora do Enem, justifica, em nota oficial, que o ocorrido configura uma quebra de isonomia e informa ainda que possíveis sanções contra o colégio ou seus proprietários vão depender da conclusão das investigações da Polícia Federal. Segundo a nota, "em caso de envolvimento da instituição ou de terceiros, o Inep manifesta desde já sua intenção de processá-los civil e criminalmente".
Nota: Estudantes de Chapadinha e do Maranhão não se preocupem, pois só foram cancelados os estudantes que fizeram na Escola em questão.
Veja a íntegra da nota do MEC/Inep:
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) prestou os seguintes esclarecimentos, depois de avaliar as informações que circularam nas redes sociais nas últimas 24 horas, notadamente na cidade de Fortaleza, no Ceará:
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) prestou os seguintes esclarecimentos, depois de avaliar as informações que circularam nas redes sociais nas últimas 24 horas, notadamente na cidade de Fortaleza, no Ceará:
1. Depois de revisados todos os procedimentos da aplicação das
provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011, e sem encontrar
nenhuma ocorrência de incidente, concluiu-se que não houve vazamento na
sua aplicação. Em vista disso, decidiu acionar a Polícia Federal para
esclarecer de que maneira os estudantes do Colégio Christus, de
Fortaleza, tiveram acesso a questões do Enem 2011. E, em caso de
envolvimento da instituição ou de terceiros, o Inep manifesta desde já
sua intenção de processá-los civil e criminalmente.
2. Decidiu cancelar as provas de todos os estudantes concluintes do
Colégio Christus, que totalizam 639, com base nas declarações da
direção da escola, segundo as quais as questões teriam saído do seu
próprio banco. No entender do Inep, esse fato configura uma quebra de
isonomia, independente da questão criminal, que seguirá sendo apurada
pela Polícia Federal.
3. Nos próximos dias, o Inep vai contatar os alunos que tiveram a
prova cancelada e oferecer a possibilidade de refazer as provas nos dias
28 e 29 de novembro próximo.
Colégio diz ter questões em banco de dados
Em nota, a direção do colégio afirmou que as questões constam em um banco de dados de perguntas que a escola recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados para o Enem. O colégio diz ainda que “como há o pré-teste de questões utilizadas no Enem, existe a possibilidade de que essas questões caiam no domínio público antes da realização oficial do exame, as quais eventualmente podem compor o banco de dados de professores e de outros profissionais da área de educação”.
Em nota, a direção do colégio afirmou que as questões constam em um banco de dados de perguntas que a escola recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados para o Enem. O colégio diz ainda que “como há o pré-teste de questões utilizadas no Enem, existe a possibilidade de que essas questões caiam no domínio público antes da realização oficial do exame, as quais eventualmente podem compor o banco de dados de professores e de outros profissionais da área de educação”.
O MEC confirma que o Christus foi um dos colégios que tiveram alunos selecionados para fazer este pré-teste do Enem. O pré-teste foi realizado em outubro do ano passado com estudantes de várias escolas para “calibrar” as questões que poderiam compor o exame, ou seja, medir quais poderiam ser consideradas fáceis, médias ou difíceis para a composição da Teoria de Resposta ao Item (TRI), mecanismo que dá valor a cada questão e mede a pontuação dos candidatos. A assessoria do MEC diz que nenhuma escola pode se apoderar de questões aplicadas em pré-testes do Enem. Após a aplicação dos simulados, as provas são incineradas.
Alunos acham injusto refazer a prova
Alunos do colégio Christus afirmam desaprovar a ideia de ter de repetir o exame. “A prova é muito longa e cansativa, ninguém vai ter ânimo para repetir”, diz uma aluna do pré-vestibular. Os alunos do Christus falaram optando por não se identificar. Eles afirmam que foram orientados a não comentar o assunto. “Eles passaram de sala em sala pedindo para não falar sobre essa história polêmica do Enem”, diz a aluna.
Alunos do colégio Christus afirmam desaprovar a ideia de ter de repetir o exame. “A prova é muito longa e cansativa, ninguém vai ter ânimo para repetir”, diz uma aluna do pré-vestibular. Os alunos do Christus falaram optando por não se identificar. Eles afirmam que foram orientados a não comentar o assunto. “Eles passaram de sala em sala pedindo para não falar sobre essa história polêmica do Enem”, diz a aluna.
Estudante postou apostila
O Enem 2011 custou R$ 238,5 milhões para ser produzido. O exame teve mais de 5,3 milhões de inscritos e reuniu cerca de 4 milhões de candidatos (26,4% dos inscritos não fizeram a prova) no último fim de semana em 1.599 municípios de todo o país. Eles fizeram as provas de ciências da natureza e ciências humanas no sábado, e de linguagens, matemática e redação no domingo. Nesta terça-feira (25), um estudante de 18 anos postou no Facebook fotos de cadernos de questões distribuídos pelo colégio Christus, de Fortaleza, antes do Enem, em que afirma conter pelo menos 11 questões idênticas às das provas do último fim de semana.
O Enem 2011 custou R$ 238,5 milhões para ser produzido. O exame teve mais de 5,3 milhões de inscritos e reuniu cerca de 4 milhões de candidatos (26,4% dos inscritos não fizeram a prova) no último fim de semana em 1.599 municípios de todo o país. Eles fizeram as provas de ciências da natureza e ciências humanas no sábado, e de linguagens, matemática e redação no domingo. Nesta terça-feira (25), um estudante de 18 anos postou no Facebook fotos de cadernos de questões distribuídos pelo colégio Christus, de Fortaleza, antes do Enem, em que afirma conter pelo menos 11 questões idênticas às das provas do último fim de semana.
Dois alunos do colégio também confirmaram terem
recebido o caderno com as questões idênticas às contidas na prova do
Enem. O Ministério da Educação afirmou, por meio de sua assessoria de
imprensa, que "não houve vazamento da prova" e que acionou na manhã
desta quarta-feira (26) a Polícia Federal para investigar o caso.
O diretor do Colégio Christus, Davi Rocha, localizado em Fortaleza,
confirmou nesta quarta-feira (26) a existência de questões no banco de
dados da instituição iguais a questões do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) aplicadas no último fim de semana. Segundo Rocha, as questões
podem ter chegado ao banco de dados por meio de estudantes que
participaram do pré-teste aplicado pelo Ministério da Educação (MEC)
para estruturar a prova do Enem.
“Temos professores e estudantes que colaboram com nosso banco de dados
de todo lugar (do país). Como o (pré) teste tem muitas questões, um
pouco desorganizado até, algum desses estudantes pode ter passado para o
banco. Tanto que algumas questões são parecidas, mas não totalmente
iguais”, explicou o diretor.
Desde que o Ministério da Educação mudou o formato do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) e a avaliação se tornou um dos principais meio de
acesso às universidades públicas há três anos, uma série de erros compõe
o histórico do exame. Em 2009, um vazamento da prova promovido por
funcionários da gráfica onde o Enem era impresso resultou no
cancelamento do exame e na realização de uma nova prova. Em 2010, erros
na impressão de um dos cadernos de prova e no gabarito provocaram uma
nova edição do Enem para candidatos que se sentiram prejudicados.
Dez questões idênticas
O estudante ouvido, relatou que, depois de ouvir comentários na escola dele sobre a antecipação das questões, resolveu comparar com a prova do Enem. “Comprovei que no material do outro colégio [Christus] havia questões idênticas as das provas de matemática, ciências e linguagens”, afirma. Dizendo-se indignado, o candidato tirou fotos das questões iguais e postou na internet, o que gerou repercussão nas redes sociais.
O estudante ouvido, relatou que, depois de ouvir comentários na escola dele sobre a antecipação das questões, resolveu comparar com a prova do Enem. “Comprovei que no material do outro colégio [Christus] havia questões idênticas as das provas de matemática, ciências e linguagens”, afirma. Dizendo-se indignado, o candidato tirou fotos das questões iguais e postou na internet, o que gerou repercussão nas redes sociais.
Após receber cerca de mil comentários no Facebook, o estudante postou:
"Gente, eu sei que é revoltante, é uma das provas mais importantes da
nossa vida. Mas cuidado com as palavras, muito aluno do colégio recebeu
isso e acertou as questões merecidamente. Vamos esperar também por um
esclarecimento da escola antes de fazer julgamentos".
Foi comparado as questões dos quatro livretos da
escola com os cadernos Azul, da prova de ciências humanas e ciências da
natureza, e Amarelo, da prova de linguagens e matemática, do Enem. Há
pelo menos 10 questões iguais e uma similar nos materiais.
Na prova de ciências da natureza, foram detectadas 5 questões idênticas
às dos livretos. Em matemática e ciências humanas, são 2 questões
iguais em cada um dos testes. Na prova de linguagem, há 1 questão
idêntica.
'Surpresa'
"Levei um susto. Na hora, fiz as questões 'no automático', mas queria
comprovar para não correr o risco de a resposta ser uma letra diferente
do exercício". O estudante preferiu não se identificar por medo de
represálias dos colegas que temem a anulação da prova.
Outra estudante, que também não quer se identificar, afirmou que todos
os alunos da unidade Nunes Valente, da mesma escola, receberam quatro
pequenos livros com 24 questões cada, divididos em ciências da natureza e
humanas, linguagens e matemática.
"O professor nos recomendou fazer, dizendo que eram questões possíveis
de cair no Enem e que não mostrasse à concorrência, porque enfim... Acho
que nenhum colégio diria para mostrar seu material ao concorrente,
né?", afirmou.
A jovem relatou que recebeu o material três semanas antes da prova, no
início do período de revisão e que achou "estranho" quando percebeu que
havia questões iguais às do exercício que recebera. "Fiquei surpresa
quando vi, e feliz, claro". Para ela, as questões não eram difíceis,
"mas já era garantido".
fonte: g1
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